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PHP versus ASP: a disputa continua, mas podemos ter o melhor dos dois mundos

Por Iberê M. Campos e equipe

PHP e ASP são as mais populares linguagens de desenvolvimento de sites e aplicativos para Web. As duas geraram diversos subprodutos e novas versões, por isto existem por aí em diversos formatos, como o ASP.NET da Microsoft. Esta disputa pela preferência dos desenvolvedores é apenas a ponta do iceberg, uma pequena amostra de uma luta maior, porém surda, que ocorre entre o software livre e os produtos comerciais criados por grandes empresas de software. No mundo online, contudo, é possível unir o melhor de tudo isso em um único servidor tomando como base o Windows ao qual se adiciona PHP e MySQL. Ter tudo isto junto pode ser uma boa pedida para um técnico que precisa aconselhar seu cliente a montar seus sites e sistemas.

Acompanho os PCs e depois a internet desde que ambos surgiram, nas décadas de 80 e 90, respectivamente. Posso dizer que foi uma longa jornada, vi muitos problemas surgirem e serem solucionados das maneiras mais variadas. Antigamente, por exemplo, existiam tão poucos aplicativos que depois que comprávamos um PC era praticamente obrigatório entrar num curso de programação para aprender Basic e fazermos nossos próprios programas, para que o computador fizesse aquilo de que precisávamos. Com o tempo foram aparecendo mais e mais aplicativos, até chegar nos milhões de programas que existem hoje, para praticamente qualquer uso que possamos imaginar.

Para que este processo pudesse acontecer, as linguagens de programação tiveram uma grande importância, pois quanto mais simples e poderosa ela fosse mais adeptos conseguiria permitindo que seu fabricante tivesse mais recursos para desenvolver ainda mais. Milhares de empresas surgiram com boas idéias e começaram a crescer, com as mais poderosas comprando as empresas menores, numa tentativa de livrar-se da concorrência ao mesmo tempo em que aceleravam o desenvolvimento de seus próprios produtos. Um bom exemplo deste percurso foi o que aconteceu com o dBase e depois com o Clipper. O dBase foi a primeira linguagem de programação poderosa o suficiente para lidar com banco de dados ao mesmo tempo em que era tão simples que permitia a qualquer um com um mínimo de lógica montar rapidamente programas para tarefas administrativas. Nunca tinha sido tão fácil montar sistemas de controle para as empresas, de um escritório de contabilidade até uma fábrica, passando por escritórios de todos os tipos.

Posteriormente surgiu o Clipper que gerou, acredito, a primeira geração de programadores autônomos e de pequeno porte que conseguiram prosperar no mercado dos PCs. Isto aconteceu porque o dBase funcionava a base de scripts, arquivos de texto contendo os comandos a serem executados pelo PC, através do “runtime” (tempo de execução do dBase). Assim, um programador que criasse um aplicativo precisava mandar seu produto para o cliente de forma desprotegida, e o cliente precisava ter o dBase para poder rodar o programa. Com o Clipper, o programador gerava um arquivo executável (.exe) que era enviado para o cliente em formato binário, que é difícil de ser lido e modificado, preservando assim o sigilo do código-fonte e preservando o trabalho feito pelo programador. Isto causou uma revolução nos aplicativos para pequenas e médias empresas, pois apareceu muito mais gente interessada em desenvolver programas, pois tinha ficado mais fácil vendê-los, dentro de uma certa margem de segurança contra o roubo de seu trabalho pela pirataria.

Correndo em paralelo ao desenvolvimento do dBase / Clipper estava a Microsoft com seu Basic. O Basic foi a primeira linguagem de programação simplificada que se popularizou e que, conforme comentado, foi também a primeira linguagem que muita gente aprendeu na vida. Apesar de estar presente em todos os primeiros PCs, o Basic tinha uma grande lacuna: não trazia incorporado um gerenciador de banco de dados. Tampouco existiam no mercado gerenciadores baratos e simples de usar que fossem compatíveis. Isto fez com que o Basic competisse em desvantagem com o dBase, por isso este último tomou disparado a liderança que um dia tinha sido do Basic. Mas ambos ainda rodavam em interface em modo texto, nas horríveis telas verdes ou âmbar que existiam na época.

O retorno triunfal do Basic veio com o sucesso do Windows. A partir do Windows 3.0 (de 1.990) a interface gráfica se popularizou. Todo mundo queria programas gráficos e a Microsoft inovou com o VisualBasic. Esta foi a primeira linguagem de programação que trazia um ambiente de programação integrado (IDE) que juntava a então bem conhecida linguagem Basic ao ambiente gráfico do Windows. Tinha também um gerenciador de banco de dados, uma vez que usava o mesmo mecanismo do Office, que era o Access. Foi a época também da popularização da internet, e a Microsoft adaptou o Basic para rodar na internet na linguagem denominada ASP (Active Server Pages).

Com um conjunto destes, o VisualBasic e o ASP conquistaram rapidamente uma legião de usuários, mas logo começaram a surgir os problemas típicos dos mercados monopolizados por grandes empresas. A Microsoft precisava lançar continuamente novas versões do VisualBasic, para que os usuários continuassem a comprar, mantendo assim um fluxo de entrada de dinheiro para a empresa continuar investindo na melhoria do produto. Com o tempo a Microsoft foi se perdendo, na minha opinião, no controle dessa evolução. Assim que a gente se acostumava com determinada versão saia uma nova edição do VisualBasic, do ASP ou do Windows que tornava nossos programas incompatíveis, nos forçando a adquirir novas versões de um ou de outro. Pior do que isto, vários recursos que funcionavam na versão que usávamos não tinham continuidade, tornando necessário intervir no código-fonte do programa e, não raro, ter que reescrever totalmente um aplicativo porque o antigo não iria rodar mais.

Isto foi causando um certo grau de insatisfação, mas o golpe fatal na popularidade do VisualBasic foi o lançamento do sistema .NET que, apesar de ser um descendente direto do Basic e do ASP, trouxe novas formas de fazer as coisas. Mesmo quem já estava acostumado com o VisualBasic percebeu que teria que aprender muito mais coisas para trabalhar com o .NET.

Ficou então muito convidativo que os programadores abandonassem as linguagens de programação da Microsoft e resolvessem partir para outras soluções. Eu mesmo fui um destes que abandonaram o barco do VisualBasic do ASP. Na época eu trabalhava como programador e revendedor de aplicativos e senti na pele como era ruim ficar dependendo dos humores de uma empresa que tem, no final das contas, o lucro como objetivo, deixando em segundo plano o conforto e os negócios de quem acreditou neles e baseou sua vida profissional em seus produtos. A situação resumia-se ao seguinte dilema: já que era para refazer os programas, ao invés de usar o .NET como base preferi partir logo para o Clipper, com SQL no banco de dados e o Fivewin como interface gráfica. O Fivewin, posteriormente, mostrou os caminhos que desaguaram no projeto Harbour, que era (e continua sendo) uma poderosa e versátil linguagem de programação para Windows e outras plataformas.

Com efeito, paralelamente a este desenrolar do VisualBasic, o Clipper passou por diversas empresas até que em 1999 foi criado o citado projeto Harbour, que desenvolveu uma linguagem compatível com o dBase e com o Clipper, com a vantagem de fornecer a interligação com o ambiente gráfico do Windows. Até hoje, muitos programas administrativos comerciais ou privados em uso pelas empresas continuam a serem feitos ou aprimorados usando o Harbour e seus derivados (como o xHarbour) que são totalmente gratuitos e desenvolvidos por uma comunidade de voluntários. Isto é, a solução para a continuidade do antigo dBase só surgiu mesmo quando a comunidade arregaçou as mangas e fez algo que não ficasse na dependência do mundo dos negócios entre as grandes empresas.

É claro que estou simplificando a história, mas acho que consegui mostrar como as empresas têm outros interesses que não os técnicos ao desenvolver seus produtos e que, com freqüência, dão mais importância aos seus lucros ou a disputas de mercado do que a desenvolver os produtos de maneira lógica e coerente com os interesses de seus próprios usuários.

No mundo da internet



Este mesmo problema, de surgirem novas versões incompatíveis com as anteriores e novos recursos que forçam o abandono de programas inteiros, se repetiu também no desenvolvimento de produtos para a internet. Quando surgiram os primeiros servidores Web e também os primeiros browsers (em especial, o Netscape) a Microsoft não lhes deu a devida atenção. Com esta omissão, o Unix/Linux acabou dominando o mercado de servidores Web, fornecendo suporte ao funcionamento do Apache, até hoje é o servidor web mais utilizado. Pelo lado dos usuários de internet, o Netscape dominava os PCs, seguido pelo Opera.

A Microsoft se deu conta do erro estratégico quando já tinha lançado o Windows 95. Percebeu que muitas pessoas comparavam PCs com o único objetivo de surfar na Web, e ao invés de utilizar o precário Internet Explorer que acompanhava o Windows preferia mesmo era instalar o Netscape. A partir de então a Microsoft contra-atacou tornando a internet o núcleo de seus novos Windows, aumentando este foco a cada nova versão de Windows que lançava.

Pelo lado dos servidores, a Microsoft continuou desenvolvendo a linhagem do Windows NT, que virou o Windows Server, que trazia como parte importante o Internet Information Server, vulgarmente conhecido como IIS. Este é o servidor web da Microsoft e que serve de infra-estrutura para o funcionamento de outros serviços como FTP (transferência de arquivos), SMTP (envio de e-mails) e HTTPS (sites com criptografia). Para criar sites dinâmicos, a empresa recomenda e enfatiza (claro) o uso da tecnologia .NET e, como banco de dados, o MS-SQL. Cada um destes produtos tem diversas encarnações e variantes, indo desde os pacotes profissionais (e caros) até as soluções gratuitas.

Mas nem todo mundo, em especial os programadores mais antigos, achou bom entrar neste barco. Por mais sedutores que possam ser, ninguém em são consciência e que esteja bem informado vai desenvolver um software administrativo com base em produtos que mudam a cada nova versão de Windows ou a cada mudança de direção na empresa. Estas mudanças causam não apenas a necessidade de investir milhares de Reais na aquisição de novo software. É preciso trocar os servidores e computadores (a cada 5 anos, aproximadamente) e, o pior de tudo, é preciso revisar e substituir partes do sistema para adaptá-las às novas versões dos servidores e dos terminais em busca de rotinas que deixaram de funcionar. O treinamento dos programadores e dos usuários também é parte crítica neste processo, custando tão ou mais caro que a atualização do hardware e software.

Quem resolve não embarcar no barco da Microsoft encontra apoio no mundo do software livre. Começa pelo Linux, que fornece excelentes servidores e estações de trabalho, além de ser uma excelente plataforma para o desenvolvimento e funcionamento de sistemas importantíssimos para o mundo dos negócios.

Para citar só alguns, temos o Apache (servidor web), PHP (programação web), MySQL (banco de dados), Firebird (banco de dados) e Postfix (gerenciador de e-mails). São todas alternativas gratuitas e competentes para aquilo que a Microsoft oferece a preço de ouro em sua linha Windows Server. Existem também as soluções intermediárias, como a que apresentamos na Revista PnP n° 35. Trata-se de manter o Windows como sistema operacional, mas usar as linguagens de programação no mundo do software livre. De longe, as linguagens de programação são as mais sensíveis às mudanças da Microsoft, enquanto que o Windows costuma manter-se útil por pelo menos 10 anos, um prazo razoável de estabilidade no mundo corporativo.

Trata-se, portanto, de usar o melhor de dois mundos. O Windows vem sendo aperfeiçoado há pelo menos 30 anos e atingiu um estado de desenvolvimento tal que podemos considera-lo um produto estável, maduro e bem conhecido de, digamos, 95% da população mundial de técnicos. Já na parte de aplicativos, em especial para a web, usamos o super versátil PHP (e suas variações) ao lado de gerenciadores de banco de dados gratuitos porém poderosos e confiáveis como MySQL e Firebird (e variações).

Infelizmente, o mesmo cuidado que a Microsoft dedicou ao Windows e demais produtos da empresa não foi estendido aos programas do software livre. Não é tarefa para amadores preparar um servidor que use o Windows como base e que ofereça PHP e Mysql integrados ao IIS. Até por serem feitos por milhares de programadores voluntários e/ou isolados, sem falar que rodam em diversas plataformas, os programas livres não possuem um instalador tão prático e eficiente quanto os da Microsoft.

É por isso que ressaltamos a importância do artigo “Monte seu próprio servidor com o Windows Server 2016” publicado na Revista PnP n° 35. Depois de inúmeros testes que fizemos em nosso laboratório, chegamos a um tutorial completo e detalhado que mostra como preparar o agora recém-lançado Windows Server 2016 com PHP e MySQL, tudo integrado e funcionando perfeitamente, deixando tudo pronto para quem deseja desenvolver sites de todo porte e também oferecer a infra-estrutura para apps de celular, usando a estrutura da nuvem que montamos. Este mesmo servidor, contudo, pode também rodar os aplicativos desenvolvidos com as mais ferramentas da Microsoft (em .NET) ao mesmo tempo em que roda também sites e aplicativos antigos feitos em ASP ou VisualBasic.

Publicado em 12/05/2017 às 13:24 hs


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