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Porque os HDs de 2 TB (ou mais) não são reconhecidos? Qual é o problema com eles?

Os discos rígidos (HDs) com 2 TB ou mais já estão disponíveis nas lojas, e por preços bem acessíveis. Contudo, a grande maioria das placas-mãe atuais não os reconhecerá, devido a problemas com o Windows ou com o hardware. Entenda esta questão que todos os técnicos e usuários terão que enfrentar no futuro próximo, e saiba o que deve ser feito para contornar o problema.

Desde que os discos rígidos se tornaram parte fundamental dos computadores, os usuários viram a capacidade dos discos aumentar continuamente. Como resultado deste processo, o que antes era apenas uma conveniência para evitar a contínua troca de disquetes se tornou parte integral da vida diária, com os discos rígidos guardando não apenas nossos programas e documentos, mas também nossas memórias, no formato de fotos e vídeos. O aumento da memória individual de cada usuário faz com que os HDs dos computadores acabem sempre lotados, independentemente de quantos GB estejam instalados na máquina. E o mais interessante é que a maioria das pessoas não liga a mínima para o risco real e concreto de que o HD deixe de funcionar ou seja roubado e com ele irem embora tantos anos de lembranças... Fora este ponto crucial, existe um outro bom motivo para que os HDs realmente grandes, de 2 TB ou mais, se tornem difíceis de serem usados.

A questão é que a capacidade dos discos está mais uma vez alcançando um limite pré-estabelecido no hardware do computador. Isto já aconteceu com os discos de 8 GB, assim como nos de 40GB e de 160GB, e agora é a vez dos 2 TB. Estes discos já estão disponíveis no mercado e por preços bem acessíveis, mas grande parte das placas-mãe atuais não reconhecerá unidades com mais de 2,19 TB (2190 GB).

Porque existe a barreira dos 2.19 TB?

Nos anos 50 a capacidade dos discos rígidos era media em megabytes (MB), e foi assim até os anos 80. Durante todo este período, o tamanho mínimo dos dados armazenados num HD (“block size”) foi de 512 bytes. Era uma forma de aproveitar ao máximo o espaço disponível, mas durante os anos 90 a tecnologia dos computadores experimentou um avanço muito rápido e o block size de 512 bytes começou a mostrar seus limites. Assim, a indústria decidiu aumentar o tamanho do bloco mínimo para 4096 bytes, ou 4 KB, modelo que passou a ser chamado de “Advanced format” (formato avançado). Os blocos de 4 KB permitiam métodos mais eficientes de checagem de erro, significando que se desperdiçava menos espaço com isto, resultando em discos com maior capacidade mas que encontravam menos erros.

Foi uma boa idéia, mas correu o risco de não ganhar adesão em massa quando o Windows XP apareceu em 2001. Foi esta versão que passou a criar partições no bloco lógico 63 (“logical block 63), aparentemente para que o volume de bytes (64) pudesse ser perfeitamente divisível por 8, assim os dados podem ser gravados nas duas faces de um disco formatado com setores de 4 KB. Em outras palavras, o sistema operacional mais popular do mundo não suportava os blocos de 4 KB, colocando um grande impedimento no caminho da indústria que tentava disseminar este tamanho mínimo. Felizmente, logo se criou uma solução compensatória, que beneficiou não apenas os usuários do Windows XP mas permitiu a transição para todos os demais: no Windows XP, os discos rígidos podiam reportar seus blocos como tendo apenas 512 bytes de tamanho, assim qualquer sistema operacional que não “entendia” os tamanhos maiores poderiam “ver” cada bloco de 4 KB como sendo 8 blocos de 512 bytes. O Windows XP, assim, precisava apenas “alinhar” seus setores de acordo o que não chegava a interferir muito no rendimento, ainda mais porque logo a Wester Digital, grande fabricante de discos rígidos, que desenhou um software para fazer as devidas compensações. Infelizmente, mesmo os setores de 4 KB não podiam garantir discos de capacidade que aumentasse infinitamente. O primeiro obstáculo a ser encontrado foi o limite imposto pelos BIOS, que limitavam o tamanho dos discos rígidos a ser representado com apenas 32 bits (no MBR). Nos primeiros tempos da computação, um disco rígidos com capacidade de 232 blocos lógicos era um teto bem alto, pois se cada um destes blocos tivesse 512 bytes, então um disco que usasse MBR (a maioria dos PCS) poderia armazenar 2.199.023.255.552 bytes, ou seja, os 2,19 TB a que nos referimos anteriormente

Mais problemas e mais soluções

Para que os computadores reconheçam discos com mais de 2,19 TB, tanto o Master Boot Record (MBR) quanto o BIOS precisam ser modificados. O sucessor do MBR é denominado GPT (GUID Partition Table), que oferece 64 bits para o endereçamento dos blocos de dados, enquanto que os BIOS atuais, que não conseguirão ler o GPT, serão substituídos pelo Unified Extensible Firmware Interface (UEFI), que serão construídos numa base independente do processador em uso (CPU independent architecture) e que oferecerá mais flexibilidade e recursos, seja qual for o sistema operacional.

O Windows XP não tem suporte a GPT e nem a UEFI, portanto nenhum micro rodando XP conseguirá acessar de modo nativo um disco com capacidade com mais de 2,19 TB. Entre os sistemas operacionais suportados estão Windows Vista, Windows 7, e a maior parte das distribuições Linux. Todos estes reconhecem o GPT, mas um micro equipados com eles não conseguirá inicializar com um driver maior que 2,19 TB a não ser que esteja equipado com uma placa-mãe que use UEFI, e não o BIOS convencional que temos hoje. Atualmente, no início de 2011, poucas placas-mãe são assim. As placas da Intel atuais (de 2010) já suportam UEFI, mas nenhum outro grande fabricante de MB seguiu esta trilha. Assim, na maior parte dos casos, se o micro não tiver uma placa-mãe com UEFI o seu novo disco gigante poderá ser usado apenas para armazenamento, não para instalar o sistema operacional.

Como se não bastasse estas questões toda, existe mais uma: a controladora SATA precisa ter a capacidade de reconhecer blocos de dados de 4 KB. Nem todas as controladoras SATA em uso atualmente têm esta capacidade, mas algumas já tem. Por via das dúvidas, alguns fabricantes incluem uma controladora compatível junto com seus discos com mais de 2 TB. Por exemplo, a Western Digital inclui com sua unidade de 3 TB uma controladora PCI Express que permite ao Windows comunicar-se normalmente com este drive.

O que tem no futuro?

No momento (2011) ainda não há muito motivos para que a maior parte dos usuários precisem preocupar-se com unidades maiores que 2,19 TB. Pode-se achar discos de 1,5 TB por valores tão baixos como R$ 400. Assim, por valores em torno dos R$ 800 pode-se conseguir mais espaço do que com a unidade mais barata de 3 TB, ao menos atualmente. É claro que estes preços vão variar, o importante é você analisar até que ponto compensa entrar nesta confusão causada pelos discos com mais de 2,19 TB.

Esta situação não vai perdurar eternamente, os fabricantes já estão se ajeitando. Por exemplo, no momento em que escrevemos, a Asus introduziu um software chamado Disk Unlocker que permite usar discos com mais de 2,19 TB como um disco virtual. Ainda tem várias restrições como, por exemplo, só trabalhar com placas-mãe da Asus.

Mas este detalhe demonstra que ainda existem várias limitações a serem superadas. Os sistemas operacionais de 64 bits já dominaram uma grande porcentagem dos micros e o Windows XP está se aposentado, junto com o seu MBR. Por si isto já remove uma grande limitação, sendo que a próxima etapa é resolver o problema do hardware. Isto será conseguido quando os fabricantes de placas-mãe e de computadores esquecerem do BIOS implementarem em larga escala o UEFI e adotarem chips de controladoras SATA que reconheçam os blocos de dados de 4 KB, duas coisas que ainda não aconteceram e que acontecerão em breve. Os fabricantes de hardware vêm 2011 como o ano desta mudança, em que blocos de 4 KB serão o normal e que blocos de 512 KB sejam a exceção, mas enquanto isto vai aconteceu a Western Digital e outros fabricantes de discos rígidos vão aumentando paulatinamente os limites da armazenagem em disto. É uma situação conveniente para os usuários, que precisarão ficar mais ligados ainda na enorme quantidade de dados pessoais que estão indo para seus HDs, e que poderão se perder num único segundo se o disco se estragar.

Publicado em 29/12/2010 às 00:00 hs


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