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Oracle compra Sun Microsystems e agora é dona do Java, Openoffice e MySQL

Por Iberê M. Campos e equipe

Num lance ousado, a poderosa Oracle ficou ainda mais forte. Pela “bagatela” de 7,4 bilhões de dólares, a Sun Microsystems e todo seu patrimônio agora pertencem à Oracle, que passou a controlar títulos de respeito como a linguagem Java, a suíte de escritórios OpenOffice (chamada de BrOffice no Brasil), o banco de dados MySQL e o sistema operacional Solaris. Além disto, a compra coloca a Oracle agora também no posto de fabricante de servidores.

A Oracle vinha negociando o departamento de dispositivos de armazenamento com a HP, mas a compra da Sun colocou a empresa numa posição muito mais confortável, pois a Oracle e a Sun têm sido parceiras há tempos. A direção da Oracle disse que as últimas aquisições da Oracle tinha sido dos respectivos líderes de segmento, com PeopleSoft, Hyperion e Siebel, atuantes no mercado de sistemas corporativos. Com a aquisição da Sun, o intuito da Oracle seria tomar conta do Java e do sistema operacional Solaris, visando o futuro.

Segundo a direção da Oracle, “Existem mais bancos de dados Oracle rodando no Solaris em máquinas Sun do que em qualquer outro conjunto”, e acrescenta que “a plataforma Linux fica em segundo lugar” e que “os sistemas Oracle database e Solaris serão compatibilizados totalmente”. Com a Sun fazendo parte do grupo, todos os componentes podem ser retrabalhados para trabalharem em perfeita sintonia.

Portfólio Oracle versus Sun

A Oracle possui 85 mil funcionários espalhados pelo mundo e faturou US$ 22,4 bilhões no ano fiscal de 2008, com lucro de US$ 5,5 bilhões. A empresa tem cerca de 320 mil clientes, sendo a esmagadora maioria – 280 mil – na área de banco de dados, área que foi seu berço. Ao longo dos anos, a companhia expandiu seu portfólio de aplicações empresariais, fazendo ofertas agressivas por rivais como PeopleSoft, BEA, Hyperion e Siebel.

Já a Sun tem 33,5 mil funcionários em seu quadro e faturou US$ 13,8 bilhões em 2008, com lucro de apenas US$ 403 milhões – queda de US$ 70 milhões sobre o ano anterior. Além do negócio de hardware – que inclui servidores corporativos, armazenamento e os processadores UltraSPARC –, a companhia possui ativos importantes na área de software, como a linguagem de programação Java, o sistema operacional Solaris e o banco de dados MySQL.

Historicamente, muitas das licenças de banco de dados da Oracle foram vendidas para rodar em servidores Sun. Com a aquisição, uma das alternativas pode ser a venda combinada de hardware com software. Isso, no entanto, poderia causar problemas para a Oracle junto a parceiros tradicionais, como HP, Dell e IBM.

Em relação a linguagem Java, a direção da Oracle disse que desejava a Sun para poder trabalhar melhor os blocos de integração do Java aos sistemas Oracle, mas informa também que pretende continuar invetindo na linguagem. Larry Ellison, principal acionista da Oracle, afirmou:

– “A aquisição da Sun transforma a indústria de tecnologia, combinando o melhor software em sua categoria com sistemas de computação próprios para missões críticas. A Oracle será a única companhia capaz de projetar e vender um sistema integrado de hardware e software onde todas as peças se encaixam e funcionam em conjunto, de maneira que os consumidores não terão que fazer a integração eles mesmos. Nossos consumidores vão se beneficiar desta integração à medida que os custos cairem enquanto a performance, confiabilidade e segurança crescerem.”

Pelo visto, a Oracle quer fazer no mundo dos servidores o mesmo papel que a Apple desempenha no mundo da computação pessoal, ou seja: fornecer sistemas prontos para o uso, contendo hardware e software para tornar as coisas mais fáceis para o consumidor, e mais fechadas pelo lado dos fabricantes. A diferença é que o presidente da Oracle, Charles Phillips, informou que a empresa pretende também oferecer tudo separadamente, “dos aplicativos até o disco rígido”.

Movimento open-source será o primeiro atingido

A Sun Microsystems sempre se notabilizou por apoiar os movimentos da computação em nuvem e do software gratuito. Apoiava e acabou adquirindo a empresa MySQL, que faz o mais popular gerenciador de banco de dados gratuito, além de incentivar e financiar o desenvolvimento da suíte de escritório OpenOffice, sem falar, claro, da “jóia da coroa” que era a linguagem de programação Java, muito utilizada no mundo corporativo.

Tudo isto, agora, pode estar terminando ou vai tomar um formato tão diferente do original que pouca gente vai reconhecer estes produtos. Só o tempo vai dizer o que esta aquisição vai trazer para os consumidores, mas alguma coisa pode ser deduzida desde já.

Todo monopólio leva a um aumento de preços, e certamente é isto o que Oracle vai tentar fazer. No momento em que domina o mais popular banco de dados pago (Oracle) e também o mais popular gerenciador de banco de dados gratuito, é inevitável que o “gratuito” deixe de sê-lo. O mesmo vale para os outros produtos.

Será interessante assistir nos próximos meses o desenrolar deste evento. A comunidade do software livre certamente não ficará parada, e deverá surgir algum desdobramento dos produtos que eram da Sun, provavelmente com novos nomes e que possibilitem a continuação do desenvolvimento dos produtos antigamente de código-fonte livre e que agora pertencem à Oracle.

A IBM, que vem se notabilizando pelo apoio ao software livre, é também a principal atingida pelo aumento do poderio da Oracle, e deverá também começar a se mexer, talvez venha a ser a principal apoiadora do desenvolvimento paralelo dos produtos que agora pertencem à Oracle. A compra da Sun sem dúvida representa um golpe pesado no software livre. Talvez tenha sido esta a principal motivação da compra, isto é, retirar o MySQL de cena

A Oracle sempre foi uma legítima representante do software proprietário, assim como a Microsoft e Apple, e se notabilizou por saber como extrair o máximo de dinheiro de seus clientes. Com este retrospecto, certamente o MySQL e o OpenOffice (BrOffice no Brasil) desaparecerão ou darão lugar a produtos pagos.

A comunidade do software livre será forçada a lançar derivações gratuitas destes produtos, o que poderá ser difícil sem o apoio técnico e financeiro que a Sun oferecia a eles.

Publicado em 22/04/2009 às 00:00 hs


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