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As vendas de PCs continuam caindo. Seria o fim de uma era? Ou o que está acontecendo?

Recente estudo do instituto de pesquisas IDC confirma que o mercado de PCs e notebooks vem diminuindo, em taxas tão altas que nenhum fabricante de computadores teria antecipado. O estudo afirma que as vendas mundiais de PCs caíram 9,8% em 2013, e a previsão é de que caia 6,1% em 2014. A previsão é que as vendas de computadores pessoais continue diminuindo até 2018, com previsão de queda de apenas 0,2% em comparação ao ano anterior (2017). Com efeito, a grande maioria dos consumidores e das empresas não acham mais tão necessário atualizar seus equipamentos a cada 2 ou 3 anos, como vinha sendo feito até 2010. Esta é uma mudança gigantesca, que vai causar alterações profundas em toda a cadeira de fornecedores que atua na área da informática, de vendedores de equipamentos a prestadores de serviço. Mas o que será que aconteceu? O que vai acontecer? E porque existe pouca esperança de retornar as vendas dos PCs aos níveis do passado? Analisemos esta situação.

Não é novidade que o mercado de informática foi muito modificado nos últimos anos. Ao meu ver, os principais fatores foram os lançamentos de produtos inacabados feitos pela Microsoft, junto a lançamentos como o iPhone e o iPad, que trouxeram na mesma onda a popularização dos dispositivos portáteis com Android e o crescente uso da computação em nuvem como escolha preferencial não só para as pessoas físicas mas também para o mundo corporativo. Sejamos mais específicos. Em 2007 o Windows XP dominava o mercado mundial de sistemas operacionais, com os quase 90% de participação conseguidos desde seu lançamento em 2002. Foi então que a Microsoft achou que devia mudar as coisas, lançando um Windows novo, e surpreendentemente veio com um sistema operacional indesejado, confuso e mal acabado que foi o Windows Vista. A Apple, arqui-inimiga da Microsoft, aproveitou-se do vacilo e atacou em duas frentes: empreendeu uma campanha publicitária famosa, denegrindo a imagem da Microsoft e de seu Windows, ao mesmo tempo em que lançou o iPhone, mostrando que existem outras formas das pessoas resolverem seus problemas de computação. Este foi um claro ponto de inflexão da curva de vendas dos PCs, de uma reta ascendente para uma estagnação e, a partir de 2010, para uma significativa retração.

A Microsof reagiu lançando o Windows 7 em 2009, mas já era tarde para ter qualquer efeito nas forças de mercado que foram criadas e que de lá para só cresceram. As vendas de smartphones e tablets passaram a crescer a taxas acima de 10% ao ano, enquanto que as vendas de PCs começaram a cair ainda mais. Tentando entrar nesta onda de sucesso a Microsoft errou novamente, ao meu ver, ao lançar o Windows 8. Não é que seja um produto ruim, mas é nítido que o Windows 8 foi criado para ser usado com dispositivos móveis, abandonando à própria sorte o consumidor fiel e tradicional do Windows, aquele que usa PCs com mouse e teclado. Ora, este consumidor deve ter pensado, se é para usar smartphones e tablets, eu vou então usar produtos da Apple ou então da Samsung com Android, que funcionam muito melhor do que o Windows 8 e, de quebra, têm milhões de aplicativos, os famosos “programinhas”.

Outro fator poderoso que entrou em ação foi a longevidade que os PCs. Isto começou a acontecer partir de 2006, quando a Intel lançou a linha Core de processadores, compreendendo o Core 2 Duo e o Core 2 Quad. Estes processadores fizeram sucesso porque eram muito melhores do que a linha anterior, com os processadores Pentium. O Core 2 Duo é tão bom, mas tão bom, que a grande maioria dos computadores feitos com ele ainda continuam funcionando por aí. Inicialmente com o Windows XP, depois passaram a rodar Windows 7 e agora rodam o Windows 8 sem problema algum. Aqui mesmo, na Thecnica Sistemas, temos quatro computadores com Core 2 Duo e estão todos rodando Windows 7 e Windows 8 perfeitamente. Ao meu ver, esta longevidade é um dos grandes fatores pelos quais as pessoas deixaram de comprar computadores novos. Se alguém compra um computador novo, digamos, com um Intel i3, não notará grande diferença de performance em relação a um Core 2 Duo montado num computador de boa qualidade, com placa-mãe decente e pelo menos 2 GB de memória RAM. Se é assim, porque que é que nós gastaríamos dinheiro com isso?

O próprio Windows XP, apesar de todas as ameaças da Microsoft, ainda continua presente em nada menos que 45% dos computadores mundo afora. Por que isso? Porque as pessoas não trocam o XP, que está saindo de linha, pelo Windows 7 ou 8? É simples: porque são computadores com processadores anteriores ao Core 2 Duo, e portanto incapazes de rodar o Windows 7, mas que continuam funcionando perfeitamente com o Windows XP. Novamente, a pergunta: porque estes usuários trocariam suas máquinas?

No mundo corporativo, então, a mudança de Windows XP para Windows 7 e, pior ainda, para o Windows 8, é ainda mais dramática. A mudança vem sendo prorrogada há anos. Não é apenas por causa do capital investido, mas também pelo modo de interagir com o sistema, que resulta em pesados custos com treinamento de pessoal e readequação dos softwares utilizados.

Aliás, por falar no Windows 8, parece que a Microsoft deu um tiro no próprio pé com ele. Apesar de ser um produto com grandes qualidades, em especial quanto à velocidade e segurança, o fato é que o Windows 8 ficou muito aquém das expectativas da Microsoft. A idéia é que o produto alavancasse as vendas dos PCs e notebooks, além de criar um novo mercado de tablets e smartphones com Windows. No entanto, passados mais de 1 ano depois do lançamento, os números são frios. No início de 2014 o Windows 8.x mal chegou a 10% do mercado, enquanto que o XP permanece com 45%, o Windows 7 está com 35% e o Windows Vista com menos de 5%. Isto em termos mundiais, pois se analisarmos país por país os números seriam diferentes.

Não à a toa que a Microsoft apressou-se em lançar o Windows 8.1 exatamente 1 ano depois do Windows 8, e já está prestes a lançar o Update 1 para o Windows 8.1, ou seja, algo como um Windows 8.11 ou parecido (ainda não se sabe ao certo como será). E tudo isto já sabendo que a grande aposta mesmo ficará para o Windows 9, que deve ser lançado no início de 2015.

Estes acontecimentos todos ocorreram em um mundo que está sofrendo com a economia em recessão. Depois da crise dos países desenvolvidos, a partir de 2008, as coisas mudaram um bocado. Os mercados mais maduros, como é o caso da Europa e Estados Unidos, mostraram nas pesquisas do IDC que os compradores estão comprando muito menos PCs (7.6% a menos em 2013 e previsão de menos 3,8% em 2014). Esta tendência deve continuar até 2018, quando as vendas devem estabilizar-se e permanecer iguais ano a ano. Mas é claro para todo mundo que as vendas globais jamais voltarão a ser como já o foram no passado, ou seja, serão vendidos menos computadores. Nos mercados emergentes a situação é ainda pior, porque sua economia sofreu ainda mais do que a dos países desenvolvidos, apesar do ex-presidente Lula ter afirmado que a onda que atingiu a Europa chegaria aqui como “uma marolinha”. Só que esta marolinha está limitando a economia brasileira a crescer em média 2% ao ano durante o governo Dilma, muito abaixo da taxa mundial que está ao redor de 4% ao ano no mesmo período, ou seja, a economia brasileira está encolhendo quando comparada ao resto do mundo.

Mas os países emergentes ainda são uma esperança dos fabricantes de computadores, de aumentar suas vendas, pois são mercados onde o mercado de PCs ainda não atingiu o ponto de saturação. Só que eles, por outro lado, não têm dinheiro e muito menos organização ou interesse em informatizar-se mais, ou seja, países como Brasil, Índia e Rússia farão pouca diferença na hora de parar a queda da venda dos PCs.

E a questão dos smartphones e tablets, então? Isto sim é um grande problema para a venda dos PCs e serviços a eles relacionados. Estudo de outro famoso instituto, o Gartner, revelou que os smartphones são vistos e tratados como PCs por grande parte dos usuários. Parece estranho, porque os smartphones são muito diferentes dos computadores pessoais, mas a pesquisa mostrou que os consumidores têm uma quantia determinada e finita para gastar em novos produtos, e maioria deles prefere ficar com uma ou outra plataforma, e estão optando pelos smartphones e tablets em detrimento dos PCs e notebooks tradicionais. É um fator muito interessante, e que está fazendo com que os fabricantes mudem seu foco radicalmente, concentrando-se mais em desenvolver tablets e outros dispositivos portáteis, que onde as vendas estão crescendo, ao invés de investir em desktops e notebooks, onde as vendas estão diminuindo.

Em resumo, portanto, o que temos é que as coisas estão mudando. Mas não podemos nos enganar ou pensar errado: apesar das vendas de PCs e notebooks estarem encolhendo, em termos relativos, o fato é que em números absolutos ainda representam um enorme mercado. Milhões de computadores continuam a serem fabricados e vendidos, e no mundo corporativo, tradicionalmente um grande comprador de computadores, o PC com Windows continua sendo a preferência. Por motivos de segurança, treinamento e manutenção, as empresas preferem fornecer um PC para seus funcionários trabalharem, ao invés de deixar que usem smartphones e tablets. As pessoas de mais idade, também, continuam fazendo suas atividades principais de computação em PCs tradicionais, claro que sem abandonar o uso dos smartphones e tablets. É diferente dos jovens, que já amadureceram num mundo com dispositivos portáteis e que ainda não dão o mesmo valor a um PC de mesa ou a um notebook, mas estes jovens também vão envelhecer e daí... Bem, daí ninguém sabe o que vai acontecer com esta nova geração, a única coisa que se pode afirmar é que o PC tradicional vai sobreviver por mais algum tempo, e sua sobrevida virá com os novos formatos. Afinal de contas, um smartphone ou um tablet não passam de PCs também, pois também têm processador, placa-mãe, memória RAM, HD, placa de rede e tudo o mais, ou seja, não passam de PCs que vieram em outro formato. É como diria aquela fala popular, “o PC está morto, viva o novo PC!!!”

Publicado em 07/03/2014 às 00:00 hs


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NOSSOS LEITORES JÁ FIZERAM 1 COMENTÁRIO sobre este artigo:
De: Pedro (em 08/03/2014 às 21:28 hs)
Vendas de PC caindo
Entendo como um processo previsível, natural reação a forma como se utiliza a internet atualmente e facilidade de arquivamento. Seja na nuvem ou com um HD externo, precisamos somente uma porta de acesso.Porque um Note pesado, incomodo para transporte se posso acessar com meu Smartphone ou tablet tudo que preciso? No escritório: tenho a nuvem ou um grande servidor:preciso só um teclado e um monitor. Fim dos tempos: Início do novo tempo!!! Quem pensa em vender PCs ta fadado ao fracasso. Passou!!! Já éra!!!

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