[Thecnica Sistemas] O técnico deve cobrar taxa de visita? E como lidar com os clientes que não pagam? 
Login: 
Senha:   
Fazer cadastro conosco

Home
 
Artigos e dicas
 
Cálculos e dados
 
Como trabalhamos
 
Aparelhos restaurados
 
Informações e discussões
 
Equipamentos à venda
 
Contato conosco
 

Você está aqui: Indeterminado
Artigo

O técnico deve cobrar taxa de visita? E como lidar com os clientes que não pagam?

Questão colocada pelo leitor

Recentemente um técnico em telefonia foi verificar o telefone da minha casa, que não estava funcionando. Ele analisou a situação e chegou à conclusão de que era problema externo, que eu devia ligar na companhia telefônica e cobrou R$ 20,00 pela visita. Quem o atendeu foi minha esposa, quando em casa perguntei se o telefone havia voltado a funcionar, meu pai disse que sim, mas achou que os R$ 20,00 foram jogados fora, segundo a opinião dele. Depois desse episódio, fiz uma analogia com a minha profissão de técnico de informática e pensei em 2 alternativas, conforme segue abaixo:

1º — Como sou técnico iniciante, se porventura não resolver o problema de um cliente não devo cobrar a taxa de visita. Na minha opinião, é melhor perder dinheiro do que cobrar a taxa para que o cliente não comece a falar mal de mim para toda vizinhança, pois me pagou mas eu não resolvi o problema do cliente dele.

2º — Depois do diagnóstico e se o problema for sanado, aí sim cobrar o serviço, nada mais do que justo.

Por isso, queria perguntar a vocês, que trabalham há tanto tempo nesse ramo, como devo proceder? Cobrar ou não a taxa de visita?

Aproveitando a deixa, outra pergunta: como o técnico iniciante pode amenizar a inadimplência de seus clientes? Tenho feito muitos serviços que depois não consigo receber dos clientes.


Nossa respostaSugerimos aplicar nestas questões o velho ditado de que “combinado não é caro”. Antes de fazer o atendimento o técnico deve explicar o que pretende fazer e quanto irá cobrar por isso, já prevendo as possíveis situações que podem ocorrer, por exemplo, se o defeito não for sanado, como fará o orçamento e como será o pagamento — na hora, se aceita cheque, cartão, se tem prazo, parcelamento, etc.

Na questão da visita técnica, é preciso ressaltar que o técnico vai gastar tempo e ter despesas para deslocar-se, e isto tem um custo, que precisa ser pago por aquele atendimento, e para tanto existem vários critérios que podem ser usados. Veja alguns:

1 — Cobrar apenas a primeira hora mais as horas adicionais - O técnico cobra a primeira hora, e o preço da visita fica embutida nela. É como se estivesse fazendo um investimento, ou seja, aposta que conseguirá resolver o problema em menos de uma hora, ou então que o cliente vai concordar em pagar as horas adicionais se o problema não for possível de resolver na primeira hora. Um exemplo de atendimento assim: “eu posso atendê-la hoje, conte comigo. Eu cobro R$ 100 a primeira hora, e R$ 60 as demais. Mesmo que o serviço dure menos que 1 hora, eu cobro os R$ 100 da primeira hora.”

2 — Cobrar visita e a primeira hora se o serviço passar de x minutos - Neste caso, a visita é cobrada à parte, e a primeira hora será cobrada se o serviço durar mais do que o tempo previamente estipulado (geralmente, 15 minutos). Um exemplo: “posso sim ir no seu endereço hoje às 14 hs. Eu cobro R$ 40 a visita e R$ 60 a hora-técnica, com tolerância de 15 minutos na primeira hora. Assim, se o serviço durar menos de 15 minutos eu cobro só a visita”. Isto é bom para aqueles casos em que o técnico é chamado apenas para “dar uma olhada” ou quando já se sabe que o serviço provavelmente será simples, como é o caso de instalar um programa ou ver porque o micro não entra na internet e o cliente quer saber se é problema do micro dele ou do provedor de banda larga.

3 - Cobrar a visita só se o serviço demorar menos de 1 hora - É uma variação do item anterior. O técnico estabelece o valor para a visita e para a hora-técnica, mas cobrará a primeira hora apenas se o serviço demorar mais do que 1 hora. Um exemplo: “estarei aí às 15 horas, com certeza. Para fazer este atendimento, eu cobro R$ 40 da visita e R$ 60 a hora-técnica. Se for coisa rápida,digamos,de até 15 minutos, eu cobro só a visita. Se demorar mais que isto, eu cobro a visita e mais as horas-técnicas que eu ficar aí.”

4 - Cobrar a visita apenas se o orçamento do serviço não for aprovado ou se não puder executar o serviço - Neste caso o técnico estabelece o valor da visita, mas deixa claro que ela só será cobrada se o orçamento que fará não será aprovado ou então se não houver condições para a execução do serviço. Digamos que o técnico foi chamado para verificar a internet que não estava funcionando, verifica que o problema está na rede da concessionária, e assim não poderá fazer nada além deste diagnóstico. Neste caso, cobrará apenas a visita, afinal, perdeu tempo e gastou para deslocar-se. Neste mesmo exemplo, se o técnico constatar que o defeito é da rede interna, deve localizar o problema e apresentar seu orçamento, que incluirá entre outras coisas o valor da visita. Se o orçamento não for aprovado, então o cliente pagará apenas o valor da visita.

5 - Não cobrar visita. Existem técnicos que trabalham assim, ou seja, vão até o local, fazem o diagnóstico e apresentam seu orçamento. Se o cliente não aprovar o valor, então o técnico vira as costas e vai embora. Perdeu seu tempo e dinheiro. Nestes casos, o que acontece é que alguns clientes aceitam e outros não, e o técnico já sabe disto e embute o valor da visita pela média dentro dos orçamentos que vai fazendo. Esta modalidade de atendimento é viável apenas nos casos de clientes próximos, caso típico dos técnicos que só atendem em seu bairro ou nas pequenas cidades.

E uma dica adicional: o técnico não deve ter medo de “perder” o cliente. Se não proceder assim, com clareza, desde o primeiro contato, e o cliente não valorizar e não acreditar no técnico, qualquer atendimento que o técnico force a fazer será mal sucedido. Vai sempre ficar a desconfiança por parte do técnico, que pode achar que o cliente não o remunerou à altura, ou então por parte do cliente, que pode achar que o técnico cobrou muito caro ou que não o atendeu como devia. Assim, é claro que devemos procurar um critério justo, mas o importante mesmo é combinar este critério antecipadamente. Nada de “depois a gente acerta”.

Respondendo, finalmente, à última pergunta do leitor, cobre como lidar com a inadimplência, o que temos a dizer é que este é um problema que aflige a todos que trabalham com serviço ou que vendem à prazo. Sempre existe o risco de não receber, por isso é conveniente checar o cliente ANTES de fornecer seus serviços ou materiais. Oficinas grandes pagam para ter acesso ao Serviço de Proteção ao Crédito, para fazer uma checagem prévia dos clientes, antes de dar crédito a eles. As oficinas menores não terão esta verba, mas o técnico precisa desenvolver um sexto sentido e tomar certas precauções para diminuir ao máximo a inadimplência. Só o fato de explicar antecipadamente que o serviço deverá ser pago no ato, sem prazos, já diminui muito o risco. Pode-se até aceitar um cheque pré-datado, mas já sabendo que o risco de não receber aumenta proporcionalmente ao prazo. O melhor mesmo é trabalhar com cartões de crédito ou receber apenas em dinheiro ou cheques para desconto imediato. E, obviamente, não fazer serviço novamente para os clientes que não pagaram. Para tanto, é importante ir anotando os CPFs ou RGs de todos os clientes que atendem, e antes de cada atendimento dar uma verificada se aquele cliente já não entrou na lista negra de pagadores.



Publicado em 26/05/2011 às 00:00 hs


Enviar para amigo Assinar newsletter Entre em contato
Enviar para amigo Assinar newsletter Entre em contato

NOSSOS LEITORES JÁ FIZERAM 1 COMENTÁRIO sobre este artigo:
De: TBMBARROS (em 22/06/2011 às 10:42 hs)
Ajudou muito
Poxa essas dicas ajudaram muito... Dstou começando na área de técnico de informática e estava em dúvida nesse assunto. Obrigado pelas dicas.

Comente você também:

Login:
Senha:
  • Se você já se cadastrou no site, basta fornecer seu nome e senha.
  • Caso ainda não tenha se cadastrado basta clicar aqui.


TEMOS MAIS 0 ARTIGOS SOBRE TIAGO BARROS MELO:
O futuro dos técnicos de informática: adaptar-se ou desaparecer
Começar cedo na carreira de informática é sinal de competência?
Dúvidas sobre montagem de assistência técnica de informática
Cliente não deixa retirar computador para manutenção. E agora?
Cliente quer que o técnico faça coisas impossíveis. Como fica essa situação?
Como recolocar os programas que estavam no micro antes da formatação e reinstalação do Windows?
Qual é o valor da minha hora-técnica? Como calculo isso?
Dúvida sobre como cobrar trabalhos de informática feitos para pessoas físicas
Que dicas poderíamos dar para um técnico de informática iniciante?
Quanto cobrar para definir e instalar um novo servidor
Qual é o melhor curso: ciência da computação, sistemas de informação ou engenharia de computação?
Supere a dificuldade de falar em público
Dicas para ter uma oficina de informática lucrativa
Com lidar com um chefe (ou cliente) chato?
Qual é a garantia que o técnico deve dar para troca de fonte e reformatação do HD?
O técnico de informática e a questão das cópias piratas de software
Férias? Oba, é hora de investir na carreira.
O Windows deveria ser banido dos concursos públicos em favor do Linux?
As coisas mudaram: pode parar de procurar “emprego”. E comece a procurar “clientes”!
As bogagens tecnológicas mais famosas... dos famosos
Quanto cobrar de mão-de-obra para migrar de Windows para Linux
Qual é a garantia da mão-de-obra para remoção de virus?
Quanto ganham os profissionais de informática na Grande São Paulo
Quer mudar de profissão? Cuidado com os enganos mais comuns!
Os maiores enganos cometidos pelos gerentes de informática
A recessão bateu na minha porta. Será a hora para mudar de emprego?
As 6 carreiras de TI mais promissoras para 2009 (e anos seguintes...)
Qual é o problema da informática nos concursos públicos?
Blu-ray está em queda livre. Como ficam os consumidores?
A questão da velocidade e performance dos discos rígidos
Windows versus Linux: mesmo Custo de Propriedade em países emergentes, segundo a Microsoft
Mãos a obra – crise é sinônimo de oportunidade
Emprego e carreira: curso técnico é o caminho mais curto para o sucesso
A questão do emprego versus faculdade versus sucesso profissional
Mercado de trabalho do profissional de TI é ruim?
Será que é justo o que estou ganhando aqui no Brasil? Veja uma pesquisa internacional de salários.
Construa sua Marca Pessoal! Seja diferente e fature com isto
A mudança na lei daria mais importância à profissão de técnico de informática?


Entrar em contato
  • Por favor entre em contato para qualquer dúvida, imprecisão do conteúdo ou informação indevidamente divulgada.
  • Os artigos e demais informações assinadas são de integral responsabilidade de seus autores.
  • O conteúdo deste site está protegido pelo Acordo Internacional da Creative Commons.
  • Os produtos e serviços de terceiros aqui divulgados são de inteira responsabilidade de seus anunciantes.
  • Nosso nome, logomarca e demais sinalizações estão protegidas na forma da lei.